Tendência de apartamentos ‘openview’ se consolida durante a pandemia
A configuração valoriza a integração de espaços ao mesmo tempo em que defende a manutenção da funcionalidade e da privacidade de cada cômodo
No projeto da arquiteta Consuelo Jorge, o espaço de conversa está logo na entrada e posicionado no centro do apartamento, proporciando um grande espaço para receber (Foto: Divulgação / Ricardo Basseti)
A pandemia da Covid-19 motivou muitas mudanças ao redor do mundo, trouxe novos hábitos e estabeleceu tendências – e algumas vieram para ficar. Com mais tempo em casa, muitas pessoas passaram a olhar com atenção para o ambiente doméstico e sentiram o desejo de torná-lo o mais aconchegante e funcional possível em meio às demandas pessoais, profissionais e familiares.
Além do acolhimento que o espaço amplo traz em um apê, o conceito openview garante vantagens na amplitude da luz natural. “O desafio dos arquitetos é criar um layout que aproveite a melhor iluminação conforme a função de cada ambiente, priorizando, por exemplo, as áreas de trabalho diurnas próximas às janelas e as zonas mais ‘noturnas’ na parte mais interior da planta”, diz o arquiteto João Galdino (@tra_co.arq).
A iluminação natural é um dos aspectos favorecidos pela configuração openview. Projeto do escritório Spazio Arquitetura (Foto: Thiago Travesso / Divulgação)
Ana Paula Pimentel, arquiteta de edificações do Grupo A.Yoshii, acrescenta que a configuração diminui a necessidade de iluminação artificial, favorecendo o conforto e a economia de energia.
Apesar do nome indicar um espaço aberto, não significa que um imóvel openview deixe de lado a funcionalidade e a privacidade de cada área. “Uma das principais dicas para delimitar os espaços e organizar o fluxo de convivência são as divisórias, que podem ser recolhidas ou abertas de acordo com o momento”, sugere Andressa Bassinelli, também do Grupo A.Yoshii.
No projeto da PlayArquitetura, o espaço foi otimizado com uma divisória móvel entre quarto e sala feita com vidro canelado (Foto: Ricardo Bassetti / Divulgação)
Outra opção para distinguir os cômodos integrados é a criação de uma identidade para cada microambiente, o que pode ser feito, de acordo com João, a partir de predominância de cores, revestimentos, texturas e iluminação.
Já a varanda ganha protagonismo quando barreiras físicas saem de cena. “Mas também é possível integrá-las de forma visual, repetindo revestimentos e elementos que criam um link entre os ambientes internos e externos sem, necessariamente, derrubar uma parede”, complementa o arquiteto.